quinta-feira, 4 de junho de 2015

Filme: Escritores da Liberdade





Nada como algo baseado em fatos reais para servir de inspiração na vida de muitas pessoas, não importa quais sejam os temas. Assim é com o filme Escritores da Liberdade, na direção de Richard Lagravenese inspirado no best seller O Diário dos Escritores da Liberdade.
A história aborda a vida de uma classe de alunos deficiente em educação, que sofrem com a criminalidade e preconceito social e racial. Suas histórias são narradas pelos próprios estudantes, cada um com suas experiências e problemas pessoais. Com a chegada de uma nova professora, que através de seu empenho de melhorar a evolução daquela classe, suas vidas mudam e eles começam a olhar seus problemas de uma forma diferente até encontrar uma solução.
O filme, transmite diversas maneiras da relação professor/aluno através das cenas da professora com os estudantes, tanto no lado emocional, como na didática. A professora analisando as dificuldades de sua turma, usou de vários recursos didáticos para chamar atenção dos alunos, e com isso, ela conseguiu alcançar seus objetivos de fazer seus alunos superarem seus problemas, acreditar em si mesmos, lutarem pelo que eles acreditam pelo modo correto (não pela violência) e não olharem mais suas vidas como algo perdido, mas mesmo nas dificuldades que eles viviam, poder enfrentar as situações na esperança de conseguirem o melhor. Tudo isso pelo método do incentivo: ela nunca deixou de instigar seus alunos a buscarem soluções para suas dúvidas através de seus métodos didáticos. Podemos inserir nesse método de incentivo, quando a professora faz seus alunos lerem o livro O diário de Anne Frank e através da história da jovem judia, eles escreverem se inspirassem a escrever suas próprias histórias, o que sentiam e experiências no mundo fora da sala de aula.
Contudo, observamos que professores como Erin Gruwell, é difícil de encontrar nos dias de hoje. A educação em nosso cotidiano está em falha, o estado não cumpre o seu dever de fornecer educação e há muitos professores desacreditados em sua profissão. Percebemos, então, que o filme é mais um incentivo para os professores do que para estudantes. É o professor quem deve tomar a iniciativa de fazer valer a pena suas aulas, lutar pelos alunos, como foi Erin (não esquecendo que a história foi real, então há esperança para quem quer). A cena em que a professora conversa com a diretora Margaret demonstrando indiferença pelos alunos, não acreditando na capacidade que eles tinham (e que somente Erin acreditava), não fornecendo os melhores materiais, entre outros momentos, revela exatamente como está a educação em muitos lugares, principalmente no Brasil. Não há aluno que se empenha, ou pelo menos se comova com vontade de mudar, se não houver quem o incentive, e nesse momento que o professor deve fazer o seu dever.
Hoje, com toda a transformação das gerações, o professor tem que dialogar mais, conhecer os alunos e o principal: acreditar na capacidade. Nenhum professor e a escola como um todo (corpo docente) deve desacreditar na capacidade dos alunos, não importa se o aluno tenha um bom ou fraco desempenho. E Erin, por sua vez, não desistiu de fazer os alunos acreditarem na própria capacidade até eles quererem a mudança para si mesmos.
Entramos então, em nossa cena preferida, quando os alunos visitam o museu de sobreviventes e holocausto na história dos judeus e começam a querer olhar o mundo diferente ao seu redor, abrindo seus corações para o que realmente sentem e pensam de suas vidas através das escritas nos diários e mudarem seus comportamentos. Analisando essa cena, observamos que muito o professor pode influenciar na vida de um aluno, seja bom ou ruim. Todos os momentos o professor é colocado a prova, sendo julgado bom ou ruim através de sua didática dentro da sala de aula, estando exposto a boas ou más impressões. O aluno, por sua vez, tem que fazer sua parte em querer mais de si próprio, mas a figura do professor, aquele que tem todo o conhecimento, experiência de vida e até autoridade e respeito, está em evidência para impor tudo isso aos seus alunos. São poucos os que sabem fazer a diferença.
Portanto, acreditamos que a escola não deve ser “professor-livro didático-aluno-lousa”, mas ser muito além da sala de aula, ser uma interação da vida real com a escola e o que os alunos podem aprender com toda uma dinâmica diferente. As cenas em que os alunos visitam o museu, a entrevista com Miep Gies, a faixa vermelha que a professora coloca no meio da sala fazendo perguntas pessoais para seus alunos, são cenas que incentivam o aluno a olhar o aprendizado de um modo completamente diferente do modo padrão e isso faz a diferença.

Para uma escola tradicional, como era a escola na história da professora Erin, sair do padrão, precisou da professora carregar toda a dificuldade de uma sala deficiente ser transformada através da sua resistência e amor pela profissão e e é exatamente o que falta hoje em dia, e muitos os alunos que precisam desse incentivo. São raras histórias de estudantes que fizeram a diferença através de um bom ensino público, ou mesmo privado, pois o que mais observamos nessas histórias são o empenho e dedicação de ambos os lados (professor e aluno) e é isso que o Brasil e os demais países de ensino deficiente precisam, de alunos e professores que rompem barreiras do comodismo e acreditar que há esperança.

Segue o trailer do filme:


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